aves, clássicos, frango, receitas

Frango ao molho de vinho

Sou meio encanado com restaurantes que usam termos desnecessários na descrição dos pratos só pra parecer mais bacana ou pra colocar alguns R$ a mais na conta.
é velouté quando poderia ser só um caldinho
é confit só porque foi conservado em óleo
é coulis quando podia ser calda mesmo
Antes de algum chef ficar bravo comigo, quero deixar claro que não sou nenhum defensor paranóico da lingua portuguesa nem acho que esses e outros termos devam ser proibidos nos cardápios, provavelmente se alguém procurar aqui no blog mesmo vai achar essas “internacionalizações”.
Você tem um bistrô ou segue a receita tradicional francesa? Pode chamar de boeuf bourguignon, se não, porque não chamar de carne de panela ou cozido de carne? Mais honesto, mais bacana.
E se você gosta de cozinhar, não fique com medo de arriscar uma receita porque tem um nome sofisticado, muitos pratos clássicos (e deliciosos) são simples de fazer.
Essa receita por exemplo, é cópia quase exata da Caçarola de frango com vinho do livro A autêntica culinária francesa, que na verdade é uma variação do Coq au Vin, uma das receitas mais tradicionais daquele país.

A não ser que você queira usar um autêntico vinho da Borgonha, não há nenhum ingrediente caro ou raro nesta receita, e provavelmente você já fez algo muito parecido antes. Quer ver?

Ingredientes:
– 1,5 kg de coxas e sobrecoxas (a receita original pede um frango cortado em 8 partes)
– 1 colher de sopa de óleo de girassol
– 1 cebola picada
– 2 a 3 colheres de sopa de farinha
– 50g de bacon em cubos (a original pede 30g de pancetta)
– 2 cenouras grandes sem casca em rodelas
– 2 dentes de alho
– 350 ml de vinho tinto seco (a original sugere um Borgonha)
– 600ml de caldo de galinha
– 55g de manteiga
– um punhado de folhas de estragão ou 3-4 ramos de tomilho
– sal e pimenta do reino a gosto.Preparo:
Espalhe a farinha em um prato raso, tempere com sal e pimenta e passe o frango até ficar ligeiramente coberto. A farinha ajudará a engrossar o molho enquanto cozinha. Reserve.Aqueça o óleo em uma panela, de preferência de ferro ou com o fundo bem grosso, adicionae a cebola, o bacon, a cenoura e o alho; refogue por 5 minutos ou até ficarem tenros, mas sem escurecer. Tire da panela e reserve.

Coloque o frango na panela e deixe em fogo médio por 8-10 minutos, virando quando necessário, até ficar com a coloração uniforme. Adicione o vinho e deixe por 10-12 minutos, até reduzir à metade. Junte o caldo e a mistura de cebola e deixe ferver em fogo alto. Retire a gordura da superfície, diminua o fogo e cozinhe parcialmente tampado por 15 – 20 minutos.

Retire o frango da panela e reserve. Aqueça o líquido de cozimento sem tampa em fogo médio por 12 – 15 minutos, até reduzir e ficar um caldo grosso e brilhante. Retire do fogo e misture a manteiga até derreter e incorporar. Ponha o frango no prato e adicione o estragão ou tomilho. Agora é só servir.
No livro o autor sugere um tagliatelle fresco para acompanhar, fiz o meu ao alho e óleo, mas acho que um arroz branco ou um purê de batata bem cremoso combinam também.

Pronto, você já sabe fazer (mais) um prato francês. Bon appétit! 😉

Como estou nesse espírito nacionalista hoje, nada de música francesa: vamos de Novos Baianos.
www.saborsonoro.com.br