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Adreana Oliveira

Adreana Oliveira, DreConection, kings of leon, música, som do sabor

DreConection: Sexo e Kings of Leon

foto: divulgação
Eu não li “50 tons de cinza” e possivelmente não lerei. Porém, eu sei que em algum capítulo deste best seller há um referência a uma das músicas mais tocadas do Kings of Leon: “Sex on fire”. Acho que ela só perde para target=”_blank”>“Use somebody”, considerado por alguns o primeiro hit planetário do KOL.
Essas duas músicas estão em “Only by the night” (2008), quarto disco do grupo de Nashville, Tennessee, região dos Estados Unidos famosa pelos astros country. Quem conheceu essa banda pelo vídeo sexy protagonizado pelos irmãos Jared (baixo), Caleb (vocal/guitarra), Nathan (bateria) e pelo primo Matthew Followill (guitarra) não deve se sentir atraído pelas calças boca de sino, os cabelos compridos tipo hippies e as estampas exageradas do figurino do grupo em início de carreira…
Nos dois primeiros discos – “Youth and young manhood” (2003) e “Aha shake heart break” 2004) o quarteto  mostrou que tinha cacife para uma longa carreira, mas, seria aquele o caminho a seguir? Esses caras têm uma bela história contada às custas de muito sofrimento e dúvidas sobre o que vale a pena arriscar pelo sucesso.
A estética e o som do grupo se desenvolveram e isso ficou claro no terceiro disco, “Because of the times” (2007). Foi ai que eles colocaram os pés um pouco além de Nashville. O que não significa que tenham rompido com as raízes, mas, se abriram para a loucura urbana e ficaram entre o céu e o inferno.
E o auge dessa mistura se dá em “Only by the night”, um disco que se ouve da primeira a última faixa sem pensar em dar pause.
Por isso, não tente traduzir “Sex on fire” para o português ou vai se frustrar. Vale a pena ficar ligado no conceito da música com o refrão cantarolável em arenas, o sex appeal, mas vale muito mais descobrir o que mais o Kings of Leon tem de bom.
Músicas como target=”_blank”>”King of the Rodeo”, “The bucket”, “California Waiting”, “Molly’s Chambers”, “On call” e “Knocked up” são alguns exemplos.
COME AROUND SUNDOWN
Em 2010, quando tinha os holofotes da mídia todos voltados para a banda o Kings of Leon teve um grande desafio. Corria o risco de se repetir para manter-se na crista da onda.  Eis que vem “Come around sundown”. Nesse disco eles voltam a equilibrar o som da cidade com o som do Tennessee. Ponto para eles. Quando o mundo parece que vai te devorar é preciso que você tenha um lugar seguro para manter a cabeça no lugar.
AO VIVO
Tive a oportunidade de ver o Kings of Leon ao vivo três vezes e gostei do que vi e principalmente do que ouvi. Os caras têm um leque bom para variar o repertório dos shows e são convincentes no palco.
Por exemplo, quando ouvimos “Cold desert”, “Be somebody”, realmente acreditamos que o cara está literalmente na merda. Você não vai lembrar que em casa esperam por ele a maravilhosa esposa, modelo da Victoria’s Secret, e o filho. Parece bobo? Relembre os shows aos quais você assistiu recentemente e conte em quantos deles o artista te convenceu, por completo.
E o som do KOL é intenso, verdadeiro, inspirador… Muito mais do que só outra música que vai logo virar tema para comerciais.
DICAS
Além dos discos, se você quer conhecer melhor o KOL, recomendo o DVD “Live at 02 London, England” (Vox Music, R$ 37) e o documentário =&2=& (Sony Music, R$ 99).

Adreana Oliveira 

é jornalista por profissão, paixão e roqueira por uma inexplicável predestinação. Atualmente é editora de cultura do jornal Correio de Uberlândia e colunista de música.

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DreConection :: Violins

Estreio hoje no Sabor Sonoro. Mais uma entre tantas que já fiz. E sempre aquela dúvida sobre como começar bem. A vantagem é que a música não me abandona nunca e quando preciso dela está aqui, ao meu alcance, não importa em que formato.

Meus primeiros textos foram publicados no esquema de xerox, com cópias distribuídas a um seleto grupo de outsiders de Uberlândia. Hoje, pela primeira vez redijo direto no iPad, o que não considerava possível. Sou old school em tantos sentidos… E sou resistente a mudanças. Porém, não tenho vergonha de dar o braço a torcer quando essas mudanças são realmente para melhor.
Nicolas Gomes/Divulgação. 
AMOR: VIOLINOS E LIVROS VELHOS
Por isso, a primeira banda escolhida para sua apreciação no Sabor Sonoro é a Violins, de Goiânia. Meu caso com eles foi amor à primeira audicão. O ano era 2001. Chovia na capital goiana e em um pequeno teatro eu senti o então Violins & Old Books. Senti nos ouvidos e na alma. Soube logo que era uma das primeiras apresentações do grupo que lançava o EP “Wake up and Dream” (2001). A voz de Beto Cupertino tornava-se ali, para mim, um marco no indie rock nacional.
Divulgação
Criei um caso de amor com músicas como “Fireworks”, “Camus” e “Mirrors”. E o Violins & Old Books entrou, definitivamente, no meu playlist de favoritos. Mas um verdadeiro amor não está imune ao tempo e nem às decisões tomadas de forma unilateral. O amor está sujeito a rachaduras em sua estrutura. E não demorou muito para que meu relacionamento com o Violins & Old Books fosse abalado.
TRAIÇÃO: ADEUS AOS LIVROS VELHOS
Em 2003 eu me senti traída. Me deparei com um novo disco, “Aurora Prisma”. O Violins deixou de lado o Old Books e o inglês. Não sei ao certo, mas chegou a cogitar-se que o vocalista e guitarrista Beto Cupertino não aguentara tantas comparaçoes com Thom Yorke, líder do Radiohead. “Até parece que foi ele quem inventou o falsete”, me disse uma vez o Beto em uma das entrevistas que fiz com ele. Agora o Violins cantava em português. E eu, como taurina resistente a mudanças, não aceitei. E a partir daí, rompi com a banda.
SEGUNDA CHANCE: GRANDES INFIÉIS
Um amor de verdade a gente nunca esquece. Ele sempre volta de uma forma ou de outra. Minha birra com o Violins durou quase três anos. E, com o sugestivo título “Grandes Infiéis” (2006) saiu mais um disco. Mas eu não cedi facilmente. Deixei ele por muitas semanas engavetado e fechado. Pensava se valia a pena tentar de novo. As possibilidades eram poucas. A chama seria acesa novamente; a decepção seria definitiva ou despertaria um terrível sentimento: a indiferença.
Com minha mania old school que ainda preservo, abri a embalagem, vi o encarte, li as letras, a ficha técnica e coloquei no CD player para tocar. Foi um tapa na cara. “Hans”, a faixa de abertura, me derrubou direto, sem direito a rede de proteção. E a queda foi doce e cheia de obstáculos que só fizeram minha admiração aumentar. Ao ouvir composições como “Atriz” e “Vendedor de rins” eu caía sem medo de me quebrar porque a primeira impressão ainda valia. Beto Cupertino é mesmo um compositor ímpar da sua geração. E as melodias, arranjos e toda a sonoridade do disco ia do sufocante ao êxtase, sem que eu saísse do lugar.
Divulgação
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